segunda-feira, 29 de abril de 2013

Maravilhar-se


O conhecimento destrói a capacidade de maravilhar-se. O maravilhar-se é uma das experiências mais valiosas da vida, e o conhecimento o destrói.

Quanto mais você conhece, menos você se maravilha, e quanto menos você se maravilha, menos a vida significa para você.

Você não está animado com a vida, não está surpreso – você começa a ficar indiferente às coisas.

O coração inocente está continuamente maravilhado, como uma criancinha juntando conchas ou pedras coloridas na praia, ou correndo para lá e para cá em um jardim atrás de borboletas e se surpreendendo com tudo. É por isso que as crianças fazem muitas perguntas.

Se você for dar um passeio com uma criança, começará a se sentir exausto, porque a criança fica perguntandosobre isso e aquilo, fazendo perguntas que não podem ser respondidas: “Por que as árvores são verdes?”; e: “Por que a rosa tem essa cor?”

Mas por que a criança está perguntando? Ela está intrigada, está interessada em tudo. A palavra interesse vem de uma raiz que significa “estar envolvido”: inter-esse. A criança está envolvida com tudo o que está acontecendo.

Quanto mais você se torna culto, menos permanece envolvido com a vida. Você simplesmente passa... não está interessado na vaca, no cachorro, na roseira, no sol e no pássaro; você não está interessado.

Sua mente ficou muito estreita; você apenas vai ao escritório e volta para casa, está apenas correndo atrás de mais e mais dinheiro, e isso é tudo. Ou atrás de poder, mas você não está mais relacionado com a vida em sua multidimensionalidade. 

Estar maravilhado é relacionar-se com tudo e estar constantemente receptivo.


(Osho, )

terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Não existe maior tortura do que viver em linha reta...


Eu sei que você só me interessa por ser impossível. 

Talvez eu perdesse meu encanto se tudo desse certo entre nós. 
O que me faz sentir é sua distância, o medo de perder nossa ligação tão inexplicável.


(Simone)


domingo, 7 de abril de 2013

Instante de êxtase!


Fazer amor é coisa séria demais... Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão feito fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.

Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa, com delicadeza... Porque alma tem tessitura de cristal, deve ser tocada nas levezas, apalpada com amaciamentos... Até que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando a descoberta acontece é que o ato de amor começa. As mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e retirando gostos, provando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes escorrendo em dons, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.
Fazer amor é Ressurreição! É nascer de novo: no abraço que aperta sem sufocamentos, no beijo que cala a sede gritante, na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.
Vale chorar, vale gemer... Vale gritar, porque aí já se chegou ao paraíso e qualquer som há de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho...
Há de ser sempre o acorde faltante quando amantes iniciam o milagre do encontro. Corpos se ajustaram, almas matizaram... Fez-se o Êxtase! É o instante da Paz... É a escritura da serenidade!
E os amantes em assunção pisam eternidades!


Este texto é atribuído a um Frei do Colégio Santo Agostinho

(Simone)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

E agente vive em um mundo de faz de contas...






Não respondo teus e-mails, e quando respondo sou ríspido, distante, mantenho-me alheio: FAZ DE CONTA QUE EU TE ODEIO 
Te encho de palavras carinhosas, não economizo elogios, me surpreendo de tanto afeto que consigo inventar, sou uma atriz, sou do ramo: 
FAZ DE CONTA QUE EU TE AMO. 

Estou sempre olhando pro relógio, sempre enaltecendo os planos que eu tinha e que os outros boicotaram, sempre reclamando que os outros fazem tudo errado: 
FAZ DE CONTA QUE EU DOU CONTA DO RECADO. 

Debocho de festas e de roupas glamourosas, não entendo como é que alguém consegue dormir tarde todas as noites, convidados permanentes para baladas na área vip do inferno: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO QUERO. 

Choro ao assistir o telejornal, lamento a dor dos outros e passo noites em claro tentando entender corrupções, descasos, tudo o que demonstra o quanto foi desperdiçado meu voto:
FAZ DE CONTA QUE EU ME IMPORTO. 

Digo que perdoo, ofereço cafezinho, lembro dos bons momentos, digo que os ruins ficaram no passado, que já não lembro de nada, pessoas maduras sabem que toda mágoa é peso morto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SOFRO. 

Cito Aristóteles e Platão, aplaudo ferros retorcidos em galerias de arte, leio poesia concreta, compro telas abstratas, fico fascinada com um arranjo techno para uma música clássica e assisto sem legenda o mais recente filme romeno: 
FAZ DE CONTA QUE EU ENTENDO. 

Tenho todos os ingredientes para um sanduíche inesquecível, a porta da geladeira está lotada de imãs de tele-entrega, mantenho um bar razoavelmente abastecido, um pouco de sal e pimenta na despensa e o fogão tem oito anos mas parece zerinho: 
FAZ DE CONTA QUE EU COZINHO. 

Bem-vindo à Disney, o mundo da fantasia, qual é o seu papel? 
Você pode ser um fantasma que atravessa paredes, ser anão ou ser gigante, um menino prodígio que decorou bem o texto, a criança ingênua que confiou na bruxa, uma sex symbol a espera do seu cowboy: 
FAZ DE CONTA QUE NÃO DÓI.

OU

Simplesmente ser você mesmo,
FAZ DE CONTA QUE EU ACREDITO.