sábado, 5 de março de 2011

''com muito cuidado''


2 comentários:

  1. A sensualidade das pétalas de uma rosa
    a sensibilidade das asas mágica de uma borboleta amarela com pigmentos negros
    é a demonstração que a natureza também é poesia. segue um poema que fiz para as maria raimundas deste mundo.

    Meu nome é Maria
    como tantas Marias na vida
    Juana Raimunda Margarida
    sou mulher
    tenho ciclos como à lua
    trabalho sol a sol
    tecendo os raios em luz e amor
    regando a flor em cada estação
    pilando o grão dialético
    moendo o doce da terra
    amassando o pão do amanhecer
    espalho o mel na aurora
    o azeite no leito do amado
    canto fado para o feto dormir
    embalo meu bebe na rede dos sonhos
    cuido dos pássaros da madrugada
    fico acordada até minha filha chegar
    sou a terra que procria
    cuida da cria
    a fêmea que vigia
    faço o mingau com centeios
    amamento a via láctea com meus seios
    meu amado com os olhos de carinho
    o pássaro que dorme em seu ninho
    precisa de mim
    sou mulher
    Maria Rosa Jasmim
    protejo o uni verso com meu útero
    a humanidade com meu amor
    doces de amoras e versos
    bordo toalhas para estender a vida
    faço comidas em tachos de ferro
    mesmo ferida luto até o fim
    mesmo incompreendida tenho ternura
    para os que tentam roubar meu corpo
    machucar minha alma
    porque meu destino de ser mulher
    é frágil como um poema de mal me quer
    em tempestades com trovoadas
    mais forte como um bambu ao vento
    que mesmo perfurados pela injustiça
    transforma a ventania em poesias
    como uma flauta dançando no tempo

    ecoo a canção da liberdade
    o grito de luta arguta labuta
    sempre com o coração enternecido.

    Luiz Alfredo – poeta.

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  2. Aquela menina era meio paranóica
    vivia passeando num hipocampo
    colhendo papoulas alucinadas nos campos
    olhando o mundo com olhos de uma águia
    e espantando espantalhos com corvos poéticos

    vivia voando pelas galáxias
    no tempo que ainda eram estrelas distantes
    conversava com lagartos e textos filosóficos
    escrevia poemas nos oceanos distantes
    depois apagava-os com areias incontáveis

    dialogava com a natureza
    como se fosse um deus de inúmeros astros
    recitava salmos para os homens tristes
    depois ia embora para outros mares
    no seu cavalo marinho alado

    a mãe não compreendia esta menina
    que andava nua nas noites poéticas de luar
    que tinha olhar de uma deusa helênica
    comia frutas selvagens e flores astrais
    bebia das fontes e cachoeiras de pedras
    em folhas tecidas como conchas
    e na palma da mão
    não compreendia esta menina não.

    Luiz Alfredo – poeta.

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